A pessoa certa, o lugar certo, a hora certa

Jesse Lopes
3 min readAug 17, 2021

Muitas vezes a sua chance pode demorar a chegar, mas ela chega no momento certo. E precisa, sim, ser comemorada

Nos últimos dias a internet foi invadida por inúmeras fotos e vídeos do apresentador e recém-contratado da Rede Globo de Televisão, Marcos Mion.

Mion registrou pessoalmente a divulgação da notícia de sua contratação, seus vários agradecimentos aos envolvidos, a escolha da roupa que usaria no primeiro dia, o discurso que faria ao encontrar outras pessoas nos corredores da nova empresa, e a sua explosão de felicidade ao receber o seu crachá, com o logo da emissora, seu nome e sua foto. Isso entre tantos outros detalhes que ele seguiu compartilhando por aí, afinal o cara é um comunicador de mão cheia, e é isso que comunicadores fazem: se comunicam.

Mas no caso do Mion essa relação extrapolou os limites do seu público, porque a sua felicidade o humanizou de uma tal forma que ele conseguiu estabelecer comunicação até com quem mal o conhecia. No final das contas, ele mostrava ali a figura de um profissional como qualquer um de nós, mas com um baita plus: ele estava muito feliz.

Do lado da emissora, também houve festa. Ele foi recebido, literalmente, com tapete vermelho, participou de programas de gente ainda mais famosa que ele, chorou no ar, falou da vida pessoal e, principalmente, falou sobre o quanto tudo isso era a realização do seu maior sonho profissional! Sim, com mais de 40 anos de vida e 20 de carreira, ele finalmente pode dizer que alcançou o seu maior sonho.

Se isso tem que ser comemorado com a efusão com que ele vem fazendo?? CLARO que sim!! Ele batalhou, se destacou e chegou lá. Foi visto e reconhecido pela trajetória que construiu em meio a tantos que tentam o mesmo! A oportunidade surgiu em um momento de vida em que ele estava preparado para assumi-la, então imediatamente ele aceitou o convite e foi. Deu certo! Isso precisa ser celebrado. E muito!

O que se vê e se deve destacar em meio a tudo isso é que um cara experiente, conhecido, mega carismático e cheio de potencial passou por alguns bons perrengues na empresa anterior, teve que trabalhar em um ambiente tóxico, não foi valorizado apesar de todo o seu talento, a ponto de chorar no ar — dessa vez de tristeza e pela pressão que sentia — finalmente alcança seu sonho, e isso faz com que ele se sinta em casa, pronto pra dar o seu melhor e pra ser feliz.

Por consequência, evidentemente, tudo o que ele fizer a partir dali vai ser um sucesso. Ele vai estar super feliz, vai fazer todo mundo a sua volta igualmente feliz e, no caso dele, o público em casa vai perceber! Não tem como não dar certo. É a relação perfeita entre profissional e empresa.

Infelizmente é muito comum vermos profissionais como ele em empresas que não enxergam o tamanho do talento que existe ali e, arrogantes que são, limitam seu desempenho e entregam um ambiente péssimo, nocivo e cheio de bobagens e processos limitantes. Como consequência, o profissional nunca alcança o seu melhor, e ainda, por vezes, é desligado por causa disso.

Torço que haja mais e mais ‘Mions’ por aí, que repitam essa trajetória e que achem um espaço pra chamar de seu. E que as empresas entendam e valorizem talentos, antes de perdê-los para outras que os respeitem e entreguem o que eles precisam: acolhimento, admiração mútua, espaço, liberdade e um outro sem número que condições básicas que deveriam ser o comum em todas, mas nem sempre são. Enfim, que os tratem com respeito! E que aprendam que é assim que se retém talentos: com respeito.

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